Dia dos Povos Indígenas: conheça as aldeias que escolheram o Sul de Minas para viver

  • 19/04/2024
(Foto: Reprodução)
Conheça as aldeias Xucuru Kariri, Ibiramã Kiriri do Acré e Kariri Wakonã, que escolheram Caldas, cidade com maior população indígena da região. O Sul de Minas possui 1.782 pessoas indígenas em 134 cidades diferentes, conforme os últimos dados do Censo 2022 divulgado pelo IBGE. Caldas é o município da região com a maior população: são 196 indígenas em três diferentes aldeias que começaram a se formar na cidade no início deste século. No entanto, há divergência sobre qual seria o número exato de indígenas que vivem hoje na região. Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o número passa de 200 pessoas e pode ser explicado devido ao fluxo migratório. "As etnias de Caldas são originárias do Nordeste do Brasil. Xucuru-Kariri e Kiriri. As comunidades mantém contatos com os pares indígenas do Nordeste é bastante comum a emigração para aldeias do Nordeste e também a imigração de indígenas de lá para as aldeias de Caldas, especialmente na aldeia Xucuru-Kariri localizada na Reserva Fazenda Boa Vista", explicou Ruberval Matos Silva Junior, Chefe do Serviço de Promoção dos Direitos Sociais e Cidadania - SEDISC. O primeiro grupo Indígena que chegou em Caldas foi o Xucuru Kariri no ano de 2001, sendo a primeira aldeia a assentar na região. Mais tarde, em 2017, o segundo grupo, o Ibiramã Kiriri do Acre, se instalou na cidade. Por último, a aldeia Kariri Wakonã se formou com indígenas que faziam parte da Xucuru Kariri. O grupo segue em busca de regularização da terra em que eles se instalaram. Veja abaixo um pouco mais da história de cada um dos grupos indígenas de Caldas. Aldeia Xucuru Kariri A aldeia Xucuru Kariri chegou a Caldas (MG) no início dos anos 2000 com a ajuda da Funai, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas. “Nossa aldeia chegou aqui no Sul de Minas Gerais no dia 29 de maio de 2001. O Cacique na época José Sátiro do Nascimento, acompanhado com sua esposa, procurou a Funai de Brasília e pediu isso em 1984. A Funai foi encontrando lugares, no decorrer desse tempo localizou Minas Gerais e por aqui estamos até hoje”, explicou o cacique Jânio Ferreira do Nascimento, morador da aldeia Xucuru Kariri. Povos Indígenas tentam manter tradições e lutam por direitos em cidade do Sul de Minas Prefeitura de Caldas A aldeia de Caldas, que começou com 26 integrantes, hoje já conta com 137 indígenas. O cacique relata que, antes de chegarem a Caldas (MG), a comunidade passou por outros três locais. “Nascemos em Palmeiras dos Índios (AL). Em 1984, a Funai de Brasília atendeu meu pai e arrumou uma terra no município de Ibotirama (BA). Ao passar de alguns anos a Funai de Brasília nos tirou para o município de Nova Glória (BA). E no ano de 1999 meu pai falou com Brasília e encontraram no Sul de Minas nossa morada e aqui estamos em Caldas(MG) há mais de 20 anos”, explicou o cacique. A aldeia Xucuru Kariri é conhecida em todo o Brasil devido ao ex-jogador profissional José Sátiro do Nascimento, mesmo nome do pai, o antigo cacique. Conhecido popularmente como Índio, ele jogou pelo Corinthians e foi Bicampeão brasileiro nos anos de 1998 e 1999 e pelo clube paulista também conquistou o Mundial de Clubes em 2000. Após o término da carreira, o ex-lateral direito retornou à sua aldeia natal, onde reside com a mãe e o irmão, o cacique Jal. “Nossos costumes são sempre zelar e praticar nosso toré, nossa religião, nossas pinturas, nossos artesanatos, plantar milho, feijão, macaxeiras (mandioca) entre outras como plantas medicinais”. Povos Indígenas tentam manter tradições e lutam por direitos em cidade do Sul de Minas Prefeitura de Caldas Aldeia Ibiramã Kiriri do Acre A segunda aldeia indígena que escolheu a cidade é a Ibiramã Kiriri do Acre, que chegou em 2017 a Caldas. Após sete anos, a aldeia foi regularizada para ser um território Indígena. “No dia 13 de março de 2017 nós chegamos aqui em Caldas (MG) e fez sete anos, agora em março, que nós conseguimos a regularização da terra. Agora ela já é um território indígena", comentou Adenilson de França Santos, cacique da aldeia Ibiramã Kiriri. Povos Indígenas tentam manter tradições e lutam por direitos em cidade do Sul de Minas Reprodução EPTV A aldeia Kiriri hoje tem 62 pessoas, incluindo crianças e adultos, mas quando chegou a Caldas tinha apenas 26 integrantes. A Aldeia segue as tradições e culturas indígenas. A aldeia sente orgulho por ter atingido, em sete anos, a educação para crianças e adolescentes, bem como uma equipe de saúde que presta assistência completa aos moradores da comunidade. “Conseguimos a nossa escola. Sendo ela é uma escola de tempo integral, e nela atendemos desde a creche ao ensino médio. Além da educação a nossa Aldeia também conseguiu, médicos, dentistas, técnicos em enfermagem e um enfermeiro. E isso conseguimos tudo isso dentro de sete anos”, disse Adenilson de França Santos, cacique da aldeia. Kariri Wakonã A mais nova aldeia em Caldas é a Kariri Wakonã. Em maio de 2023, sete famílias, totalizando um número de 18 indígenas, saíram da aldeia Xucuru Kariri e se assentaram em outro ponto da cidade. O grupo decidiu deixar o local antigo devido a conflitos internos, como explica o cacique Thanailton Ribeiro Paz Nascimento. Povos Indígenas tentam manter tradições e lutam por direitos em cidade do Sul de Minas Arquivo Aldeia Kariri Wakonã “A saída nossa foi decorrente a conflitos internos. Aí não teve como a gente continuar vivendo no meio do território. E nós somos a terceira, a terceira divisão de grupo que sai de lá de dentro. Somos a terceira parte. O primeiro saiu para Presidente Olegário (MG). A segunda foi lá para Brumadinho (MG). E a terceira somos nós, que estamos aqui no Taquari, porém no mesmo município de Caldas.” Apesar de ser recente, os habitantes mantêm os costumes indígenas antigos. “Bom, um dos nossos costumes é viver em grupo, principalmente aqueles grupos mais próximos, que são os familiares, e nós temos vários costumes dentro da nossa tradição. Um dos que a gente mais apresenta é o canto e a dança. Temos o costume de práticas religiosas, praticadas no mato, nós abrimos um espaço na mata, e fazemos uma construção de taipa, de barro e ali temos a nossa igreja, sendo o mato. E ali a gente se concentra e busca a nossa conexão com o criador, com o grande espírito, sendo Deus”, completou o cacique. Povos Indígenas tentam manter tradições e lutam por direitos em cidade do Sul de Minas Arquivo Aldeia Kariri Wakonã As pinturas corporais que os indígenas carregam no corpo e no rosto são a identidade cultural da sua comunidade. As pinturas são as marcas de diversas comunidades e variam de acordo com cada ocasião. O cacique afirmou que as pinturas realizadas em sua aldeia representam a luta dos povos indígenas. O preto é o luto dos indígenas até hoje e o vermelho o sangue dos antepassados. “Temos também várias formas de estar manifestando a nossa cultura, também através das pinturas corporais. A gente utiliza o carvão, o jenipapo e o urucum. Eles têm uma grande importância para nós porque é um marco histórico no nosso povo, como acredito eu que em todos os povos indígenas. O preto representa o luto que a gente vive até hoje e o vermelho é o sangue dos nossos antepassados. Que já foram derramados e ainda hoje continua sendo derramado”, encerrou. Dia do Indígena No dia 19 de abril é comemorado o Dia do Indígena em todo o país. Este dia celebra a cultura dos povos indígenas do Brasil e ajuda a preservar a história deles. O Dia dos Povos Indígenas foi instituído durante o Estado Novo em 1943, com o nome de Dia do índio. A mudança no nome ocorreu por meio de uma lei aprovada em 2022. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2024/04/19/dia-dos-povos-indigenas-conheca-as-aldeias-que-escolheram-o-sul-de-minas-para-viver.ghtml


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